Inúmeros segredos da Amazônia já foram divulgados, mas será que ainda é uma terra desconhecida? Antropólogos, etnólogos, ictiólogos, biólogos, entomologistas e muitos outros especialistas de vários países têm explorado a região nos últimos 300 anos e, ainda hoje, novas espécies vegetais e animais são descobertas.
Graças às modernas tecnologias de pesquisa, seu funcionamento é mais compreendido, assim como seus pontos fortes e fracos. Conhecemos agora as reservas de recursos que são fortemente desejadas para as necessidades econômicas mundiais.
Brasil (61,8%) | Peru (11,4%) |
Bolívia (8,4%) | Colômbia (6,0%) |
Venezuela (5,6%) | Guiana (2,5%) |
Suriname (1,7%) | Equador (1,6%) |
Guiana Francesa (1,0%) |
No Brasil, a Amazônia cobre 58% (4,2 milhões de km²) da superfície do país e ocupa 9 estados: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. A população atual da Amazônia brasileira é de 29,6 milhões, o que corresponde a 14,5% da população brasileira.
Segundo estatísticas, 19% da floresta amazônica já desapareceu devido às necessidades econômicas do Brasil e do mercado mundial.
Extração de madeira, minerais, petróleo e invasões para plantio de cana, palmeiras, criação de gado e barragens hidrelétricas são as principais causas da desflorestação, infelizmente, com um índice alto de atividades ilegais.
É um enorme território, muito difícil de controlar e desenvolver atividades econômicas sustentáveis.
A bacia amazônica abrange uma área de 7 milhões de quilômetros quadrados, sendo a maior bacia hidrográfica do mundo.
É responsável por cerca de um quinto do fluxo fluvial total do mundo. A água que flui pelos rios amazônicos equivale a 20% da água doce líquida da Terra.
O gigante rio Amazonas tem mais de 7 mil afluentes e possui 25 mil quilômetros de vias navegáveis. Ele nasce na cordilheira dos Andes, no Peru, e possui 6.868 km de extensão, sendo que 3.165 km estão em território brasileiro. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m³/s, chegando a 290.000 m³/s na estação de chuvas.
O rio Amazonas recebeu este nome durante a expedição de Francisco de Orellana, em homenagem às amazonas da mitologia grega. Segundo o relato do Irmão Gaspar de Carvajal, escriba da expedição, eles foram atacados no dia 24 de junho de 1542 por uma dúzia de mulheres guerreiras. Elas eram ferozes, bem armadas, de pele branca, altas e nuas, com cabelos pretos compridos.
Matas de Terra Firme: Regiões mais altas não inundadas pelos rios, com árvores de grande porte.
Matas de Várzea: Áreas que sofrem inundações em determinados períodos do ano. Em regiões mais elevadas, a vegetação é parecida com a das matas de terra firme. Em regiões planas, com inundações mais longas, a vegetação é semelhante às matas de igapó.
Matas de Igapó: Terrenos mais baixos, quase sempre inundados, com vegetação baixa como arbustos, cipós e musgos.
Outros: Savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras.
As espécies vegetais se dividem em árvores, ervas, arbustos, trepadeiras e lianas (cipós). Muitas dessas espécies têm grande potencial medicinal e são usadas pelas populações indígenas há muito tempo, atraindo o mercado farmacêutico e cosmético. Segundo a WWF Brasil, foram classificadas cientificamente cerca de 40 mil espécies de vegetais no bioma Amazônia.
O solo da floresta amazônica é geralmente arenoso e possui uma fina camada de nutrientes formados pela decomposição de folhas, frutos e animais. Essa camada rica em húmus é essencial para algumas plantas. Em áreas desmatadas, as chuvas fortes lavam o solo, carregando seus nutrientes, deixando-o ainda mais pobre. Apenas 14% de todo o território pode ser considerado fértil para a agricultura.
As árvores absorvem rapidamente os poucos nutrientes presentes no solo e, ao reciclá-los, enriquecem novamente o solo, mantendo o equilíbrio do ecossistema.
Cientificamente, foram classificadas no bioma Amazônia cerca de:
Todas estas espécies têm milhões de km2 para viver e sobreviver, longe da presença humana. Para vê-los e fotografá-los é preciso paciência, passar horas em uma canoa, saber ver e ouvir e ter sorte. Você precisa conhecer seus hábitos e habitat durante as estações de águas baixas e altas. Nada se compara aos safaris nos parques africanos.
A Amazônia deixou uma marca indelével na história mundial com a era do ouro branco da borracha (Hevea brasiliensis) entre 1870 e 1918. Um testemunho do auge desse período é o Teatro Amazonas, em Manaus, inaugurado em 1897, quando a cidade era conhecida como a “Paris Tropical”. Essa febre pelo ouro branco criou alguns milionários, mas também transformou milhares de seringueiros, os coletores do látex, em prisioneiros da floresta e de seus patrões.
Os trabalhadores, trazidos do Nordeste, sofriam com diversas doenças devido ao clima úmido da selva. No entanto, suas condições de trabalho eram precárias por outras razões igualmente graves. Na selva, enfrentavam um regime de trabalho que lembrava a escravidão. O pagamento era feito em bens, como carne seca, farinha de mandioca, rapadura e aguardente, até que o seringueiro conseguisse quitar suas dívidas, algo que raramente acontecia.
Havia um acordo entre os empresários para não empregar trabalhadores com dívidas pendentes, e guardas rurais, postados nas margens dos rios, atiravam em quem tentasse fugir. As dívidas se acumulavam incessantemente. Além da dívida original pelo transporte do trabalhador do Nordeste, somavam-se os custos dos instrumentos de trabalho, como facão, faca e baldes. Como os trabalhadores precisavam se alimentar e, especialmente, beber, quanto mais tempo permaneciam na selva, maior era a dívida que acumulavam. Analfabetos, os nordestinos não tinham como se defender dos truques contábeis praticados pelos administradores.
Os camponeses do Nordeste do Brasil, vivendo em condições miseráveis devido às secas frequentes, não resistiam às promessas sedutoras dos recrutadores das empresas de extração de borracha. Milhares de pessoas partiram voluntariamente para uma região desconhecida, apenas para encontrar um inferno de trabalho escravo e condições ainda mais desumanas do que as que haviam deixado para trás.
O clima é quente e úmido o ano todo.
A temperatura mínima – máxima oscila entre 23-35°C
Tem 2 estações típicas:
O verão, de junho até novembro que está correspondendo à seca dos rios
O inverno, de dezembro até maio nos meses de enchente dos rios.
A diferença entre o nível mais baixo e mais alto da água varia entre 10 e 12m.
A chuva média é de 2000mm/ano e as precipitações são mais frequentes no inverno. O verão é mais ventilado.
O momento mais propício para fazer uma viagem é em setembro – outubro, para desfrutar ao mesmo tempo das praias de areia e da floresta inundada (igapó).
Mas em qualquer época do ano, descobrir a Amazônia é uma aventura maravilhosa e inesquecível.